Vivendo sem um filho muito amado...

Acordar e dormir sentindo a falta de um filho que foi assassinado é viver em um pesadelo, é procurar chão onde não há mais chão, é tentar acordar em vão porque não há saída para esse pesadelo. Matheus tinha muita saúde e muito conhecimento, seria um adulto incrível e sua presença seria sempre uma alegria como sempre foi durante seus 17 anos e 5 dias. Viver sabendo que todos os sonhos se acabaram assim tão cedo é viver sentindo o frio de uma lâmina penetrando no coração. É dor terrível.

Viver assim não é fácil, mas é preciso seguir em frente porque há outros filhos, e também há o julgamento pois é mandatório que haja consequências aos assassinos diante de um crime tão grave contra a vida. Todas as vidas foram afetadas, primeiro a do Matheus que foi ceifada, e depois as nossas que foram profundamente afetadas por toda a existência, e pós existência, porque essa tragédia permanecerá na história da família mesmo após a nossa passagem na Terra. Meu amado filho Matheus pelo menos foi poupado de viver com tamanha dor, e nós somos obrigados a aprender a viver com essa dor da saudade, do futuro que não existiu e da indignação por tamanha leviandade dos assassinos. Somos fortes, somos do bem e Deus está do nosso lado, porque Deus ama o direito e a justiça, e temos muito claro de que viver é preciso.

Qualquer gesto que não seja de amor, não vem de Deus, vem da vontade humana diante da sua fraqueza e egoísmo. Os assassinos estavam na hora errada, no lugar errado e fazendo a coisa errada na tarde do dia 1 de outubro de 2010. Fossem trabalhar, fossem passear, mas jamais fossem matar, ainda mais um inocente que sempre foi uma luz em nossas vidas.